Uma mascote uma lição de vida
Dolly é seu nome, ou talvez não, mas é o como todos a trataram quando foi deixada
no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná. Só se sabe que ela foi
atropelada, mas queria muito viver.
Quando lá chegou foi atendida pelas médicas veterinárias que faziam plantão e diagnosticou-se
uma lesão grave de sub-luxação de vértebras lombares, com comprometimento medular,
fraturas em pelve e cabeça de fêmur.
Mesmo tendo sido deixada lá, com um quadro grave, foi prontamente atendida e conquistou
a todos, médicos veterinários, alunos que a todo ano se renovam e professores. Conseguiu
com o apoio dos alunos do curso de Medicina Veterinária uma cadeira de rodas, já
que não poderia mais andar normalmente. Foi tratada da melhor maneira possível e
até hoje faz suas sessões de Acupuntura, que por sinal ela adora.
Quando lá cheguei para ministrar aulas da disciplina de Diagnóstico por Imagem,
curso de Medicina Veterinária, como professora substituta no ano de 2003, ela já
estava lá por alguns meses, e logo me conquistou também. Foi uma atração de início,
mas ela tinha uma personalidade marcante, era difícil de entendê-la, pois ela era
muito carente. Logo ela me adotou e passou a fazer parte de minha rotina diária
em minha sala, nas aulas práticas e teóricas e no atendimento ao público. Estava
sempre presente e cada vez mais ligada a mim e eu a ela. Enfim como diziam todos
lá diziam, éramos uma dupla, onde estava uma a outra também (o sol e a sombra).
Hoje não estou mais na UFPR, mas não poderia me separar dela, agora ela está aqui
no PET IMAGEM, como mascote e tem seu lugarzinho todo especial. Deixou saudades
a todos lá no Hospital Veterinário da UFPR.
Mesmo apresentando sinais de envelhecimento, vive normalmente sem conhecer o que
é limite, muito ativa e continua com uma personalidade muito forte. Adora suas sessões
de Acupuntura que lhe fizeram muito bem, e também a Dra. Alethéia Leal que tando
carinho lhe deu além das agulhadas, faz seus passeios diários, suas corridas atrás
de outros cães e gatos e apresenta uma saúde de ferro.
Não há que não a conheça e não se renda a sua carinha de menina carente e sua cadeirinha.
Realmente ela sabe conquistar a todos e até hoje sabe demonstrar que realmente só
quer ser um cão normal, e que não há limite para viver.
Danielle Murad Tullio
Professora substituta da UFPR de 2003 a 2005 e hoje sócia-proprietária
da PET IMAGEM – Diagnóstico Veterinário